Dificuldade de aprendizagem, por vezes referida como desordem de aprendizagem ou transtorno de aprendizagem, é um tipo de desordem pela qual um indivíduo apresenta dificuldades em aprender efetivamente. A desordem afeta a capacidade do cérebro em receber e processar informação e pode tornar problemático para um indivíduo o aprendizado tão rápido quanto o de outro, que não é afetado por ela.
A expressão é usada para referir condições sócio-biológicas que afetam as capacidades de aprendizado de indivíduos, em termos de aquisição, construção e desenvolvimento das funções cognitivas, e abrange transtornos tão diferentes como incapacidade de percepção, dano cerebral, disfunção cerebral mínima, autismo, dislexia e afasia desenvolvimental. No campo da Educação, as mais comuns são a Dislexia, a Disortografia e a Discalculia.
Um indivíduo com dificuldades de aprendizagem não apresenta necessariamente baixo ou alto QI: significa apenas que ele está trabalhando abaixo da sua capacidade devido a um fator com dificuldade, em áreas como por exemplo o processamento visual ou auditivo. As dificuldades de aprendizagem normalmente são identificadas na fase de escolarização, por profissionais como psicólogos, através de avaliações específicas de inteligência, conteúdos e processos de aprendizagem.
Embora a dificuldade de aprendizagem não seja indicativa do nível de inteligência, os seus portadores têm dificuldades em desempenhar funções ou habilidades específicas, ou em completar tarefas, caso entregues a si próprios ou se encarados de forma convencional. Estes indivíduos não podem ser curados ou melhorados, uma vez que o problema é crónico, ou seja, para toda a vida. Entretanto, com o apoio e intervenções adequados, esses mesmos indivíduos podem ter sucesso escolar e continuar a progredir em carreiras bem sucedidas, e mesmo de destaque, ao longo de suas vidas.
Dificuldades de aprendizagem envolvem muitas áreas de percepção, entre as quais:
- discriminação visual ou auditiva;
- percepção das diferenças em ambos as vistas ou ouvidos;
- impedimento visual ou auditivo;
- preenchimento da falta de peças de imagens ou sons;
- discriminação figura-fundo visual ou auditiva;
- focalização de um objeto, ignorando os seus antecedentes;
- memória visual ou auditiva, nem a curto nem a longo prazo;
- sequenciamento visual ou auditivo;
- colocação do que é visto ou ouvido na ordem certa;
- associação e compreensão auditiva;
- relacionamento do que é ouvido a outras coisas, incluindo definições de palavras e significados de sentenças;
- percepção espacial;
- lateralidade (acima e abaixo, entre, dentro e fora) e posicionamento no espaço;
- percepção temporal;
- intervalos de tempo de processamento da ordem de milissegundos, fundamental para o desenvolvimento da fala de transformação;
- incapacidade de Aprendizado Não-Verbal ("Nonverbal Learning Disability");
- processamento de sinais não-verbais em interações sociais.
São empregados vários termos para descrever dificuldades de aprendizagem em particular. Um indivíduo pode apresentar uma ou mais de uma. Algumas delas são (os códigos apresentados são CID-10 e DSM-IV, respectivamente):
- dificuldade em produzir sons da fala (distúrbio da articulação)
- dificuldade em colocar as suas ideias em forma oral (desordem expressiva)
- dificuldade em perceber ou entender o que as outras pessoas dizem (transtorno receptivo)
- dificuldade em mapeamento fonético, onde há dificuldade em correspondência com várias representações ortográficas para sons específicos
- dificuldade com orientação espacial, que é estereotipado na confusão das letras b e d, assim como outros pares. Na sua forma mais grave, b, d, p e q, todos distinguidos principalmente pela orientação à mão, aparência idêntica à do disléxico
- dificuldade com a ordenação sequencial, de tal forma que uma pessoa pode ver uma combinação de letras, mas não percebê-las na ordem correta
Várias teorias tem sido formuladas para explicar a causa ou as causas das dificuldades de aprendizagem. Elas são concebidas de modo a envolver o cérebro de alguma forma. As causas mais comuns apontadas são:
- defeitos ou erros na estrutura do cérebro;
- abuso de drogas;
- má nutrição;
- herança genética dos pais;
- falta de envolvimento dos pais durante as fases de desenvolvimento precoce do bebê;
- falta de comunicação entre as várias partes do cérebro;
- quantidades incorretas de vários neurotransmissores, ou problemas no uso dos mesmos por parte do cérebro;
- problemas comuns com os neurotransmissores incluem níveis insuficientes de dopamina, regulagem inadequada de serotonina e recaptação excessiva da dopamina, onde neurónios emissores de dopamina reabsorvem-na em quantidade demasiada após liberá-la para se comunicar com outros neurônios (também implicado nos quadros de depressão clínica).
Dificuldades de aprendizagem podem ser tratadas com uma variedade de métodos, mas geralmente são consideradas como desordens vitalícias. Alguns (ajustes, equipamentos e auxiliares) são projetados para acomodar ou ajudar a compensar a deficiência, enquanto outros (Educação Especial) destinam-se a fazer melhorias nas áreas fracas. Os tratamentos incluem:
- ajustes na sala de aula:
- atribuições de lugares especiais;
- tarefas escolares alternativas ou modificadas;
- procedimentos de avaliação/testes modificados;
- equipamento especial:
- fonadores eletrônicos e dicionários;
- processadores de texto;
- calculadoras falantes;
- livros em fita;
- assistentes de sala de aula:
- tomadores de nota;
- leitores;
- Correctores;
- educação especial:
- horários prescritos em uma classe especial;
- colocação em uma classe especial;
- matrícula em uma escola especial para a aprendizagem dos alunos com deficiência.
Nenhum comentário:
Postar um comentário