O tabagismo é considerado pela Organização Mundial da Saúde a principal causa de morte evitável em todo o mundo. Só no Brasil estima-se que cerca de 200.000 mortes por ano são decorrentes do tabagismo, onde entre 13% e 25% das pessoas com mais de 15 anos de idade são fumantes.
Além das doenças geralmente associadas ao tabagismo, como o câncer de pulmão, infarto no miocárdio e derrame cerebral, vários estudos indicam que o vício do cigarro promove uma queda no desempenho do cérebro e aumenta o risco da pessoa desenvolver demência e doença de Alzheimer.
Estudos conduzidos com adultos e idosos comprovaram que fumantes possuem um pior desempenho cognitivo, como em memória, linguagem e rapidez de raciocínio, e também que o declínio dessas funções ocorre de maneira mais rápida. O cigarro aparentemente afeta a integridade microestrutural do cérebro, mas dados recentes sugerem que isso pode ser revertido com o tempo se a pessoa parar de fumar.
Na Europa foi realizada uma pesquisa com mais de 17.000 idosos classificados entre os que nunca fumaram, ex-fumantes e fumantes, com avaliações cognitivas anuais ao longo de 2 a 3 anos. Os resultados mostraram uma clara relação entre o consumo de cigarro e o ritmo de declínio cognitivo, ou seja, quanto mais cigarros consumidos por ano, maior era a queda no desempenho das funções cerebrais entre as avaliações. Para melhor compreendermos essa ordem de grandeza, os ex-fumantes tiveram o dobro do declino que os que nunca fumaram, enquanto que os fumantes tiveram um declínio 5 vezes maior.
Essa tendência se confirma também na população de meia idade. Uma outra pesquisa realizada na Europa, com quase 2.000 pessoas entre 43 e 70 anos de idade ao longo de 5 anos, mostrou que o declínio do desempenho entre fumantes era 1,9 vezes maior em memória e 2,4 vezes maior em flexibilidade cognitiva, quando comparado às pessoas que nunca fumaram.
Uma análise, realizada por pesquisadores australianos, de mais de 19 estudos que associavam o tabagismo com demência e declínio cognitivo confirma as evidências anteriores. Além dos fumantes demonstrarem uma maior queda no desempenho cognitivo ao longo do tempo, eles também apresentam um maior risco de demência e de doença de Alzheimer.
A explicação dos mecanismos que levam a esses efeitos negativos do cigarro no cérebro ainda não está bem clara para a sociedade científica, porém um estudo recente ajuda a esclarecer esse enigma. Os resultados sugerem que o tabagismo afeta a integridade microestrutural da substância branca do cérebro, que é uma região de conectividade entre partes do sistema nervoso. Um dado interessante é que quanto mais tempo o ex-fumante estava sem fumar, menor era o efeito verificado. Pessoas que tinham parado de fumar há mais de 20 anos apresentavam resultados comparáveis aos que nunca tinham fumado, o que sugere que a integridade estrutural afetada pode ser recuperada com o tempo.
Esses estudos reforçam ainda mais os malefícios do cigarro e devem servir de motivação para as pessoas pararem de fumar. Existem várias iniciativas públicas e privadas para auxiliar fumantes a largarem o vício, entre elas um site mantido pelo Instituto Nacional do Câncer que oferece muitas orientações.
Lembre-se de que hábitos saudáveis são essenciais para o bom funcionamento do cérebro.
FONTE: http://www.cerebromelhor.com.br/blog/template_permalink.asp?id=166
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