Os contos têm sua origem no folclore de diversos povos da Antiguidade grega, indiana e asiática. Eram divulgados oralmente. Sua riqueza é tão grande, que podem ser analisados não só do ponto de vista psicanalítico, como também de outros pontos de vista como o linguístico, a crítica literária.
Na história do Patinho Feio podemos identificar a resolução no final, quando o personagem para de sofrer ao descobrir que não era feio, que apenas estava em um grupo diferente do seu. Percebe que é bonito e cresce feliz.
Um outro aspecto interessante na história é quando o Patinho Feio olha seu reflexo na água do lago e se acha feio. Lembra-nos o mito grego da hitória de Narciso que, ao contrário do patinho, se apaixona por sua própria imagem de uma forma tão exagerada que termina morrendo. O espelho como elemento de revelação do "eu" de como me percebo. Narciso achava que sua imagem refletida era alguém por quem podia se apaixonar, ele mesmo ou o outro. O patinho via sua feiura porque era assim que se via, sua imagem foi construída pelos outros de forma negativa.
O fato de se achar feio e ser considerado assim pelos outros e ainda ser rejeitado pelo grupo serve como projeção na identificação da criança quando passa por essa situação. A adolescência também é uma fase de busca de identidade e de aceitação em um grupo.
O sentimento de estranhamento interno diante de um grupo pode servir como comparação quando a criança se sente estranha em seu corpo, na sua família, em determinada cultura. O conto do Patinho Feio pode oferecer para a criança a esperança e a resolução de que quando ela conseguir se identificar com o grupo que se adeque aos seus anseios, ela será feliz.
Autora: Cristina Davis
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